Au pair en France

Au pair en France

segunda-feira, 25 de julho de 2011

3° e ultimo dia do passeio

Acordamos com o béééé das ovelhas do vizinho. Nem acreditei! Ha anos eu acordo com a buzina do vizinho, ou com o barulho do Trasncol, ou com a furadeira da obra na frente do meu prédio, ou com a batida da porta da vizinha... ja imaginaram como é tudo de bom acordar com um bééééééééééééééééééé, béééééééééé, bééééééééééééééé, bééééééééééééééééé... nao ha coisa melhor no mundo! Da cama mesmo pude me lembrar logo cedo de que eu era TURISTA e nao tinha que acordar com o barulho do despertador pra ir trabalhar.

Bom humor logo cedo, tomamos um café da manha chinfrim como tudo, mas tava valendo. Ja saimos de mala e cuia pro Mont Saint Michel porque nosso vôo era de noitinha e precisamos enfrentar horas de estrada depois das nossas apertadas "férias". A chegada no mont foi maravilhosa: um sol de rachar a cabeça e éramos uns dos primeiros a chegar, o que significa estacionamento vazio e nada de fila. 


Pra visitar o Mont Saint Michel é preciso ter energia. Sao inuuuuuuuuuuuuuumeros degraus até chegar no topo e quando você pensa que nao tem mais escada, você olha pro lado e encontra 3x mais escada do que ja tinha subido. E quando você respira aliviada e anda mais 1 metro, 6x mais escada do que ja tinha subido. Mas é claro que todo esse esforço vale a pena, a vista é linda, a historia do monte é interessantissima e você nem se lembra de que esta cansada (aham....)... é... ta bom, to exagerando, você se lembra sim! :) Ele consiste numa rocha de puro granito com 84 metros de altura, sendo que a pequena ilhota tem 800m de diâmetro.

O que torna o Mont Saint Michel diferente não é somente o fato de tratar-se de uma abadia secular construída na parte mais alta de uma cidadela medieval, mas é la onde ocorrem os maiores desníveis entre marés altas e baixas, com uma diferença de 15 metros. Isso quer dizer que dependendo da época do ano, das fases da lua, da influência solar, etc, a cidadela e a abadia medieval podem ficar a 10km de distância do mar, completamente envolvidas pelas águas e ligada à terra firme somente por uma estradinha que impede que o local fique isolado durante as marés cheias. Ou seja, dependendo do dia e hora que você visita, a sensaçao é de que você esta em lugares diferentes.

Vejam a diferença entre a foto acima (maré baixa) e essa, maré cheia

A origem exata desse monte ou a razao de sua construção num local de tão difícil acesso não são conhecidas em detalhes, mas foram um mistura de motivos religiosos, políticos e militares, com maior ou menor predominância de alguns  sobre outros, conforme a época. Iniciando no ano 709, quando surgiu a primeira igrejinha sobre o rochedo, obras diversas foram contribuindo para que, ao longo dos séculos, o local assumisse a forma que possui em nossos dias.

O nome do local - Mont Saint Michel - foi escolhido porque naquele distante ano, o arcanjo São Miguel teria feito uma aparição para o bispo da cidade de Avranches, determinando que fosse construída no topo daquele rochedo isolado à beira mar uma capela para honrar o Senhor. A tarefa difícil seria uma prova de fé, e representaria também uma proteção espiritual para todos.

A tarefa foi cumprida, a capela foi erguida, e no topo da mesma foi colocada uma imagem do arcanjo São Miguel. O mosteiro passou então a abrigar religiosos, sendo que com o tempo nas encostas do morro surgiram outras construções, residências e estabelecimentos comerciais. Posteriormente foram erguidas muralhas e torres fortificadas, destinadas a manter afastados invasores mal intencionados, em especial os ingleses. Essa região é sujeita a frequentes alagamentos.

O conjunto de construções e ambientes que compõem o monte Saint Michel forma um verdadeiro labirinto que deve ser explorado por inteiro. A medida que caminhamos, descobrimos os salões, corredores, escadarias, câmaras escuras, portais, passagens, esculturas, e toda uma variedade de detalhes e ambientes medievais..

Muitos visitantes, além de percorrer cada recanto da cidadela aproveitam também para caminhar pelo areal, mas da pra afundar um pouco quando a areia esta molhada. Mesmo em momentos de maré baixa há alguns trechos com areia movediça. Conta-se que alguns turistas nao perceberam que a maré começou a subir e morreram afogados...

Na parte de tras, o areal

 No alto da torre da abadia do Mont St Michel a gente vê uma escultura de São Miguel, em metal dourado, situada a 170 metros acima do nível do solo. A primeiras construções ao pé da abadia surgiram no século IIX, e por muitos anos a economia local subsistiu graças aos peregrinos religiosos, principalmente até a época da revolução francesa.

A partir do século 19 o local começou a atrair também pintores românticos, como Guy de Maupassant, fascinados pelo cenário sem igual. Com o passar do tempo, a propaganda difundida pelos trabalhos artísticos dos pintores, e a melhoria das estradas, Mont St Michel ganhou notoriedade em toda a França e até mesmo além dela. Atualmente, cerca de 3 milhões de pessoas visitam anualmente o monte. Em dias festivos ou épocas de férias, o número de visitantes diários chega em média a 20 mil pessoas.

Com tantos visitantes o comércio logo se estabeleceu. Ao atravessar o portão de acesso à parte interior das muralhas os visitantes seguem por uma estreita ruela de aparência medieval repleta de lojinhas. Depois de atravessar cerca de 200 metros de comércio começa a subida propriamente dita ao monte, e nesse percurso estão alguns hotéis (sempre lotados) e bons restaurantes. Depois, após o trecho comercial, atravessando uma imponente porta de madeira, chega-se à área religiosa do monte, onde então uma nova seqüência de escadas conduzem os visitantes à plataforma superior, de onde se tem acesso à basílica.

A parte superior do monte é dominada pela abadia de Saint Michel, pequena e rústica, mas lindissima, tanto que ficou conhecida como "La Merveille" (A Maravilha). (abaixo)


O roteiro interno, após visitar a abadia prossegue por diversos ambientes belíssimos. Salões, arcadas, colunatas, câmaras escuras, rampas, jardins internos, o refeitório dos monges e outros ambientes, todos em pedra, que nos dão a nítida impressão de ter voltado mil anos no tempo, e estarmos percorrendo um local que parou no tempo, em plena Europa medieval.

Os trechos fortificados de Mont St Michel são igualmente impressionantes. Destacam-se as grandes torres (tour Claudine, tour du Nord, tour de la Liberté, tour de l’Arcade, tour du Roi e tour Boucle) que flanqueiam as muralhas da cidadela e o caminho de ronda, que faz o contorno da cidadela e oferece visuais belíssimos.

Um dos locais mais belos do monastério é seu claustro (abaixo). Está situado num dos planos mais elevados de St Michel, e o acesso até ele situa-se logo após um pátio interno, na saída da abadia. Para percorrer os ambientes internos da abadia, 2 h serão suficientes. Esta é uma parte menos cansativa da visita, porque o acesso à abadia é feito por uma boa subida.


À medida que se vai percorrendo a abadia e os diversos ambientes vão se sucedendo ao longo do trajeto, vamos também nos aproximando da porta de saída da abadia, e depois de algum tempo estamos novamente na área comercial de Mont St Michel.

O local fica completamente ilhado durante os períodos de equinócio e solstício, cerca de 50 vezes por ano. Nos outros dias o espetáculo  também é impressionante, mas as águas não avançam tanto. O local não tem importância apenas religiosa, ou arquitetônica, mas também estratégica. Conta-se que no século 12, durante a  Guerra dos 100 anos, entre França e Inglaterra, 119 cavaleiros franceses se encastelaram aqui e não permitiram que os ingleses tomassem o monte. Eventos como este contribuíram para tornar o Mont St Michel um dos mais fortes símbolos da história e identidade francesas.


Espero que tenham gostado!

Se quiserem assistir como a maré sobe rapido, vejam esse video que encontrei, é claro que a pessoa que filmou acelerou as imagens. Aqui uma reportagem de Sonia Bridi feita em 2008 no Mont Saint Michel, uma pena que o video nao esteja mais disponivel.

2 comentários:

Aupair na França disse...

Amei saber da hstoria e a foto com a maré cheia é linda

Anônimo disse...

ôôô ô Lorena, pô para ! Fica dando inveja na gente com esses lugares lindos aí, com essas fotos lindas. Pô pará, Lorena !
beijos a você e ao Bruno
João
SP - Brasil