Au pair en France

Au pair en France

domingo, 31 de janeiro de 2016

Tim tim por tim tim

Finalmente consegui voltar aqui. Na verdade o mundo online às vezes me cansa. Tenho um amigo que diz que somos como as estaçoes do ano. Tem meses que estamos empolgados em fazer algo, nos demais meses aquilo tudo perdeu a graça. E realmente isso condiz com a realidade.... prometi voltar e travei. Enfim...

Tenho notado que muitas amigas que hoje tem bebês menores do que a minha estao tendo as mesmas duvidas que eu tive. Isso nos conforta porque a gente percebe que finalmente somos todas iguais e temos as mesmas duvidas. Somos mulheres, afinal de contas.

Hoje vim falar sobre amamentaçao. Pro brasileiro, um assunto que faz parte do cotidiano de uma mae. Pro francês, um tabu, uma palavra que eles ainda nao aceitam bem, nao mesmo! Quando fiquei gravida, tive a oportunidade de fazer cursos para gestantes, tudo pago pelo meu querido governo francês. Eramos varias gravidas dentro de uma salinha e cada encontro tinha um tema. No tema "amamentaçao" eramos 2. As demais nao quiseram falar sobre isso porque ja estavam convencidas de que a primeira bebida do bebê seria uma linda mamadeira com o bico de silicone ou de borracha. 

Cada um com seu cada um, mas para um país que prega o parto normal pro mundo inteiro, condenando fortemente a cesariana, nao amamentar é uma vergonha! O mesmo digo sobre o Brasil: um país que amamenta e prega a cesariana! Infelizmente as gravidas sao totalmente manipuladas pelos ginecologistas (com raras exceçoes). Alias, estive no Brasil mês passado e fiquei feliz de ver que isso tem mudado graças as doulas. Elas chegaram para salvar a patria! Aleluia!

Voltando a falar sobre amamentaçao: quando a gente lê sobre isso, tudo parece maravilhoso. Na revista, a mae sorri com o bebê no colo... ninguém avisa pra gente que a gente vai capotar de sono amamentando durante a madrugada, que o bebê mama e.... dorme no peito, que o bebê faz o peito de chupeta, que o bebê começa a morder o bico do peito quando descobre que isso é divertido, que o bebê - sobretudo recem nascido - vai esgoelar no carrinho quando você esta no supermercado lotado e ele acordou para mamar, que você precisa usar blusas largas para poder tirar o peito na hora que ele chorar, que voce vai ficar toda suja de vômitos, especialmente se o bebê tiver refluxo (o que NAO foi o meu caso), que voce nao pode usar vestidos porque nao ha como retirar o peito de la de dentro, que à medida que ele vai engordando ele vai ficando pesado pros seus braços de vassoura, que você sai do banho e precisa colocar o sutia em 3 segundos senao o chao vira o piscinao de Ramos por conta do leite que pinga a todo vapor (agua quente estimula, ora!), que você vai ter uma fome en-lou-que-ce-do-ra a ponto de comer até a parede, que você precisa se esquecer durante todo o tempo que amamenta: esquecer que nao tem hora pra fazer suas necessidades no banheiro, que lavar o cabelo é luxo (quando da tempo, isso acaba sendo melhor do que ganhar na megasena), que seu banho de 20 minutos se resume em 3 minutos, como nos presidios, que pentear o cabelo e ficar bonita sao coisas que nao existem mais.   

Mas quer saber???? Depois de 6 meses amamentando, digo que foi a MELHOR escolha que fiz para baby, apesar do caminho longo e arduo! Sem falar dos problemas que podem existir (mastite, bico do peito que sangra, etc) - que alias, nao aconteceram comigo -, acredito que a maior dificuldade seja a privaçao do sono. Dormir de hora em hora é trash! Aqui em casa esperei quase 7 meses para dormir uma noite inteira. Em compensaçao era maravilhoso ver como baby ganhava peso somente com o leite materno. O contato mae e filha é delicioso!!!!

Se você ainda esta nesta fase, tenha paciência ou você vai jogar tudo pro alto e ir correndo pra farmacia comprar uma lata de Nan no 2o mês. Para as maes que nao tem escolha porque tomam remedios incompativeis com a amamentaçao ou precisam voltar a trabalhar rapidamente ou porque tiveram muitos problemas com o seio (rachadura, dor, hemorragia ou seja la o que for), nao amamentar é totalmente compreensivel. Mas se nao ha problema algum, a nao seja o cansaço, aguente firme! O bebê precisa de ganhar peso de uma maneira saudavel e natural. Rapidamente as coisas entram em ordem e a gente esquece tudo o que passou. 

Encontrei na Revista Crescer 17 razoes para convencê-los de que amamentar é MARA!!!  

1. O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado, pois atende a todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os 6 meses de idade; 

2. Fácil de ser digerido, provoca menos cólicas nos bebês; 

3. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade, intolerância ao glúten; 

4. Contém uma molécula chamada PSTI é responsável para proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos; 

5. O momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho e colabora para que a criança se relacione melhor com outras pessoas; 

6. Previne a anemia; 

7. A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê; 

8. Amamentar por mais de 6 meses faz bem à saúde mental da infância à adolescência, segundo estudo coordenado pela Universidade do Oeste da Austrália. Segundo os pesquisadores, substâncias presentes no leite (como a leptina) ajudam a combater o estresse. O contato e o vínculo entre mãe e filho promovido pelo aleitamento também têm um efeito positivo no desenvolvimento psicológico da criança.

9. Quando o ômega 3 está presente no leite materno, o que varia de mulher para mulher de acordo com sua alimentação, ele ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida;

10. Ajuda no desprendimento da placenta, contribuindo para a volta do útero ao tamanho normal. Com isso, também evita o sangramento excessivo e, consequentemente, que a mãe sofra de anemia; 

11. Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário; 

12. Estudo publicado na American Journal of Obstetrics revela que a amamentação reduz o risco de a mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas e diabetes) após a gravidez, inclusive para aquela que teve diabetes gestacional;

13. A amamentação dá às mães as sensações de bem-estar, de realização, e também ajuda a emagrecer, pois consome até 800 calorias por dia (mas dá uma fome...); 

14. É de graça, natural, prático, e não desperdiça recursos naturais; 

15. Está sempre pronto para ser transportado e ingerido (não precisa nem aquecer).

16. Pode ajudar seu filho a ter melhor desempenho nos estudos e aumentar a chance de ele frequentar uma faculdade, segundo uma pesquisa norte-americana. Eles analisaram o desempenho escolar de 126 irmãos de 59 famílias. O resultado sugeriu que aquele que recebeu um mês a mais de leite materno apresentou aumento de 0,019 pontos na média de pontuação no ensino médio e aumento de 0,014 na probabilidade de cursar o ensino superior.

17. Protege a mãe contra doenças cardiovasculares, segundo estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Para a pesquisa, foram analisadas 140 mil mulheres no período pós-menopausa, ou seja, com média de 63 anos, e o resultado mostrou que aquelas que amamentaram por mais de um ano tiveram 10% menos risco de sofrer com essas doenças, se comparado com aquelas que nunca amamentaram.

:)

domingo, 4 de outubro de 2015

Online, enfim....

Finalmente depois de 6 meses estou me permitindo ligar meu computador empoeirado. Meu objetivo é ressucitar o blog para contar um pouco da minha experiência de mae, no entuito de ajudar au pairs de bebês e, claro, futuras e atuais mamaes. Ha varias coisas que aprendi e acho um desperdicio nao passar a informaçao adiante.

Pois é, Deus sabe mesmo de todas as coisas: pude passar pelo test drive de ser mae quando fui au pair 2 vezes, e depois com meu curso de assistente materno, que também me permitiu cuidar de dois bebês de apenas 2 meses e meio. Alias, fiquei totalmente insegura quando comecei a cuidar do primeiro bebê, a Marcelle, porque nunca tinha cuidado de bebês tao pequenos assim. Ao todo, cuidei de 6 francesinhos: 2 bebês de 2 meses e meio (Marcelle e Valentin), 2 meninos - 4 e 7 anos - (Rémi e Alexis), e 2 meninas de 4 anos (Clémentine e Maëlys).

Como meu curriculum ja estava cheio (kkkk), achei que ja estivesse totalmente expert no assunto quando baby nasceu. O que a gente esquece é que cada bebê é diferente, ou seja, o que eu tinha aprendido às vezes nao me serviu de nada (ou pouco). A gente escuta muito: cuidar de bebê é mole: come, faz cocô e dorme. A-ha, faz me rir. Se fosse tao facil assim..... bebês nao sao robôs, nem bonecos. Precisam e merecem atençao o tempo inteiro. E isso é obvio. Todos nos precisamos disso!

Cuidar da baby é um desafio! Todos os dias aprendemos coisas novas e todos os dias descobrimos que precisamos quebrar certos paradigmas e trabalhar nossa frustraçao. Durante a gravidez, moldamos a criança do jeito que imaginamos e batemos o pé de que a criança VAI ser assim e assado. Mas basta ela nascer e a gente quebra a cara bonito! Nao ha como ser tao conservadora assim porque o que às vezes você acha bacana, a criança nao suporta. Entao somos obrigados a partir pro plano B que..... que nao existe!!! Porque nunca paramos pra imagina-lo! Da pra entender? Por exemplo, durante a gravidez eu dizia: vou amamentar exclusivamente até o sexto mês custe o que custar! Maaaaaaaaaaaaaaaaas..... nao deu!! Ela ficava com fome, me acordava MUITAS vezes porque somente o leite materno ja nao dava! Com 4 meses e 16 dias (como eu me lembro disso!), precisei comecar a dar uma mamadeira por dia, a da noite, pra que ela pudesse ficar mais saciada. Quase tive um troço quando precisei de dar essa mamadeira porque estava CERTA de que ia poder esperar até o 6º mês! Esse tipo de frustraçao é horrivel, mas a gente tem que passar por isso pra perceber que outras coisas acontecerao dessa mesma maneira e que o bebê nao é engessado!

Enfim, vivendo e aprendendo....

Volto aqui ainda essa semana pra contar mais um pouco. Agora preciso ir, meu tempo é contado! :)

Beijao!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

La vem ela!

Ha exatos 5 meses e 2 dias nossa bebê transformou nossas vidas. A primeira delas chama-se SONO. Essa palavra me acompanha desde entao. Mas outras palavras também fazem parte do meu vocabulario: amor incondicional, sorrisos, choros, risadas, amamentaçao, abraços, beijos, e por ai vai...

Meu tempo esta limitado, ainda nao entramos numa rotina como deve ser. O importante é que estamos com saude, apesar do cansaço.

Daqui uns dias eu volto pra contar pra voces tim tim por tim tim.

beijao.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

:)))

Ei pessoal, tem um tempao que nao passo aqui pra dar noticias, Boa parte de vocês ja sabem o porque dessa ausência! Aproveito para deixar algumas fotos que tiramos em estudio pra registrar esse momento tao importante pra nos. Ultimamente so durmo, como e espero chegar a hora! Perdi totalmente o pique, o que é normal, ne? Mês que vem volto aqui pra colocar uma foto dela! :)






terça-feira, 21 de outubro de 2014

Cortaram-a pela raiz

Ha poucos dias a TV francesa mostrou um documentario sobre a vida de Brigitte Bardot para homenagea-la pelos seus 80 anos de vida. Nunca tinha me interessado por ela, mal, mal conhecia realmente a intimidade dela. O que sabia por alto é que ela apareceu nua diversas vezes nos filmes, o que a tornou A famosinha em Saint Tropez e no mundo todo. Confesso que fiquei bem chocada. Uma historia de vida nada admiravel.... 

Bardot abusou da vida, fez coisas absurdas e hoje deseja ser respeitada pelos franceses, o que é longe de ser a realidade. Atualmente - por conta da idade - usufrui do pouco que resta. Ela conseguiu acabar com a carreira dela e terminou de bagunçar tudo quando tentou salvar sua imagem se dizendo protetora dos animais numa viagem à Antartida (foto abaixo). Conversa pra boi dormir purinha. Jogada de marketing das feias, o que piorou ainda mais a situaçao. Foi vaiada e o escambal a quatro. Na época disse: Eu dei minha beleza e juventude aos homens. Agora dou a minha sabedoria e experiência aos animais". Aham, sei... Sem nenhuma credibilidade, foi obrigada a largar as cagadas que fez durante a carreira para mudar de assunto. E deu errado.

A famosa foto "Bardot e a foca"

No fim do documentario, foi entrevistada e disse que a França de hoje nao é a mesma, que ela perdeu a sua identidade. Essa é a unica coisa que ela disse que me faz concordar com ela. E perdeu, sim.

Perdemos a França da Belle Epoque; perdemos as Piafs e demais cantores exemplares que falavam de amor; perdemos a pureza do sangue francês; perdemos a educaçao e o respeito; perdemos a tranquilidade; perdemos a gastronomia, que hoje foi substituida por congelados e industrializados; perdemos a lingua francesa, que se transformou em um poço de girias e de erros de ortografia; perdemos as tristes historias de guerras tragicas; perdemos profissionais de qualidade; perdemos a essência...

Pobre França, que hoje é obrigada a se misturar e a obedecer piamente regras e exigências de religioes e costumes vindos dos paises de lingua arabe. Pobre França, que nao sabe mais educar suas crianças... elas ja nao dizem mais Bom Dia, nem Obrigada, a nao ser quando estao na escola e sao obrigadas pelos professores. Pobre França, que hoje tem raras cançoes admiraveis. Pobre França, que coloca qualquer um e qualquer coisa nas suas cozinhas, alegando ser "Comida Caseira". Esta França engana a si mesma. Se estivesse viva, Piaf choraria.... a França virou um mundo tudo-junto-e-misturado. Perdeu suas raizes e jogou fora sua identidade. Agora é tarde demais.

Pra finalizar, Brigitte Bardot, hoje, com 80 anos.... sem mais....

Quase ela!

Ha uma semana meu professor de piano me informou do show que ele faria com uma cantora num Tributo à Edith Piaf. Fiquei logo empolgada porque esse tipo de coisa ja começa a se tornar rara. Fomos entao participar dessa experiência e babar. Ele dando um show no piano e ela na voz e na interpretaçao, tudo isso num ambiente meia-luz... francês purinho. A cada nota, a cada RRRR daqueles que so Edith Piaf sabia fazer, nos arrepiavamos. A cantora soube interpretar quase perfeitamente e isso nos deixou a impressao de que era ela mesma quem estava no placo. Algo impressionante, maravilhoso.

O repertorio foi bem variado, sobretudo com musicas esquecidas, além dos classicos como "La vie en Rose", "Non, je ne regrette rien", "Hymne à l'amour" e "Ne me quitte pas". Esta ultima musica so encontrei na voz de Jacques Brel, infelizmente. 

Nao sou nada fa da musica francesa, acho que o idioma (o R) freia o balanço das musicas e isso acaba deixando as interpretaçoes extremamente quadradas. Raras cantoras conseguiram e conseguem esticar o fim das ultimas palavras para arredondar o negocio. Edith Piaf sabia fazer isso como ninguém, evitando que a gente enjoe de tanto R e de tanta pausa. Nao que eles nao sejam talentosos, longe disso, mas nao ha swing, nao ha ondinhas, como podemos perceber nas musicas em inglês, espanhol e principalmente em português. Ja ouviram musicas em alemao, em russo, em polonês? Da vontade de chorar! Culpa dos idiomas, desculpem, feios. 

Enfim, foi uma beleza voltar ao tempo, lembrar daquela época em que a boa musica reinava. Foi bom experimentar uma boa musica francesa, ver as velhinhas na plateia encantadas, chorando de emoçao, de nostalgia. Lindo! :D

sábado, 27 de setembro de 2014

O livro e suas controvérsias

Muitas pessoas me perguntam sobre o livro "Crianças francesas nao fazem manha", de Pamela Druckerman.

 
Confesso que nunca li, mas depois deste texto abaixo fiquei curiosa. Vejam que interessante.
 
"Eu me lembro até hoje quando ouvi falar pela primeira vez do livro “Crianças francesas não fazem manha - os segredos parisienses na arte de criar filhos”, escrita pela jornalista americana Pamela Druckerman. Foi em fevereiro de dois mil e doze, bem antes dele ser publicado no Brasil. O assunto me chamou a atenção pois na época meu filho franco-brasileiro tinha quase cinco meses de idade, eu estava no auge da maternagem e fazia menos de um ano que morava na França. Comprei um exemplar, li e não gostei. O fato é que eu não acho a menor graça desta França que a autora descreve.
 
A fama que tanto o livro quanto autora alcançaram ainda me deixa desconfortável. Cada vez que uma amiga brasileira se aproxima para perguntar se é mesmo verdade que as crianças francesas são anjos na Terra, tenho vontade de chorar. Eu fico embasbacada quando leio artigos enaltecendo o estilo de maternidade proposto pela senhora Druckerman: onde os pais são extremamente egoístas e as crianças têm a obrigação de se contentarem com as sobras.
 
A visão dela como estrangeira, já que nunca teve uma família francesa, é romantizada e por isso mesmo deturpada. Ela repete incansavelmente que as crianças francesas são extremamente comportadas e jamais dão chiliques. Ok, mas a que preço? Ou algum francês vai admitir que fica entupindo o filho de pão na mesa do restaurante para ele se manter quieto e não atrapalhar? Ou que entre quatro paredes, o filho apanha a troco de qualquer motivo desenvolvendo uma relação baseada no medo?
 
Eu fico mais atônita ainda quando vejo o mesmo livro sendo endossado por pediatras e psicoterapeutas brasileiros, como se a autora tivesse descoberto a fórmula do sucesso na criação dos filhos. Ora, se os filhos são uma pedra no sapato, por que tê-los? E quer saber? Meu filho tem quase três anos e é capaz de fazer manha sim, como qualquer criança normal!
 
Toda a noção da “sabedoria francesa” com relação à criação dos filhos entrou (ainda mais) em colapso pra mim quando descobri que a França é o país onde menos se amamenta no mundo ocidental. Um dos motivos é que o marido francês geralmente considera os seios da mulher algo que lhe pertencem e também porque muitas mães francesas se recusam a amamentar, preferindo dormir a noite inteira. Conheci várias assim.
 
Eu amamentei durante treze meses e meio. E meu filho começou a dormir a noite inteira faz menos de um mês. Posso garantir que as críticas que recebi até hoje não foram poucas e olha que eu sou até uma mãe meio durona. A família do meu marido ainda tem o hábito de revirar os olhos quando descobre que escapamos do padrão ao educarmos o nosso filho, mesmo meu marido sendo francês. Eles acham um absurdo: nós perdermos meia hora para colocá-lo na cama; organizarmos nossa agenda em função da soneca da tarde; passarmos um tempo brincando com ele; eu ter deixado a minha profissão quando estava no auge da carreira, mesmo com a intenção de retomá-la assim que ele começar na escola.
 
Os franceses que a autora deste fatídico livro toma como exemplo para o mundo, os quais eu convivo, jamais vão entender por que eu fico por perto para o meu filho dormir e uso uma babá eletrônica no meu quarto para escutá-lo durante a noite. Meu sogro francês quer que eu deixe o meu filho queimar a língua com a comida pelando, ao invés de ensiná-lo a esperar a comida esfriar. E quando meu filho tinha apenas dois meses, minha sogra francesa insistia em querer largá-lo esgoelando no berço, até ele dormir.
 
Infelizmente esta é a França que observo e não admiro. Onde os pais vivem sua vida independentemente das crianças, que têm que se adaptar à rotina deles, não importa qual seja. Onde ninguém consegue a aprovação de um projeto de lei proibindo que os pais batam nos seus filhos porque a população, tão acostumada a apanhar de seus pais, acha que palmada é o único jeito de educar. Onde os adultos gritam, envergonham e menosprezam as crianças na frente dos outros para que se comportem. Infelizmente não é um país onde os pais ensinam aos filhos a “terem consciência das pessoas que os rodeiam”, como a autora do livro diz. Aqui, as crianças aprendem a se preocupar apenas consigo mesmas e, no máximo, com as pessoas bem próximas a elas.
 
Surpreendentemente, ninguém questiona o resultado da educação à francesa. A própria autora admite que os franceses são, em sua maioria, rudes e indelicados. Para quem não sabe, eles são, também, um dos maiores consumidores de anti-depressivos da Europa e possuem uma das maiores taxas de suicídio do continente. Os jovens franceses também figuram entre os que têm menos liberdade ou vontade de dialogar com seus pais.
 
É muita insensatez elogiar esse jeito francês de “fabricar” filhos obedientes sem analisar as consequências disso na vida de uma criança. E vou mais além, eu acho que a autora foi oportunista ao se aproveitar da insegurança dos novos pais americanos (e novos pais mundo afora) e contou a história pela metade: francezinhos podem até não fazer manha, mas são carentes de mais afeto.
Por que, então, aprovar e tomar como exemplo o estilo deles quando o assunto é filho? Quem disse que as crianças francesas são mais felizes do que as brasileiras? Para mim, bom senso ainda é a melhor solução para qualquer problema relacionado à educação dos nossos filhos".
 

O Brasil e os orgânicos....

Desde que cheguei aqui na Franca ouço a palavra BIO sem entender muito bem o que isso quer dizer. Na esta no dicionario, mas esta na boca do povo e nas prateleiras dos supermercados. BIO quer dizer orgânico. Frutas, legumes, cosméticos, carne, frango, suco, pao, leite, legumes congelados e por ai vai. Esses produtos fazem parte do dia a dia dos franceses e podemos escolher a dedo onde queremos comprar. No supermercado, no mercadinho especial BIO ou diretamente na fazenda do agricultor da sua cidade, por exemplo.

Os europeus, em geral, se preocupam em comer BIO por conta da saude, claro, e também preocupados em valorizar o produtor local para que ele continue nessa linha. Somente na Alemanha e na França, sao quase 25 mil agricultores que produzem alimentos orgânicos (contra 1% no Brasil).

Para se ter uma ideia do preço, uma penca de banana nao bio custa em média 0,90€, enquanto a banana bio custa 1,90€ ou até menos! Se a diferença de preço é tao pequena, porque comprar um alimento nao bio, se voce ja sabe que ele estara cheio de agrotoxico? O problema dos europeus é que as frutas e légumes nao bio vem diretamente da Espanha, lider em utilizaçao de agrotoxicos na Europa. Fujo de tudo o que vem de la! Inclusive, ja ha falta de agua por conta da necessidade abusiva da mesma para certas produçoes, como a do morango, e muitas terras ja estao inferteis. A soluçao encontrada pelos latinos, que sao malandros como os brasileiros, foi a de enviar espanhois ao Marrocos para explorar a terra deles. Daqui a pouco tempo os marroquinhos vao passar pelo mesmo problema. Ou seja, trocaram seis por meia duzia e o festival de agrotoxicos continua a todo vapor.

Aqui em casa encomendamos de produtores locais BIO. Toda segunda feira vou no site deles, seleciono o que eu quero e eles me entregam em domicilio. Pago, no maximo, 15€ por encomenda, com frete incluso. Cebola, alho, batata, cenoura, alface, repolho ralado, beterraba, geleia, torta, etc. Além de saber que tudo é fresquinho e bio, tenho o conforto de receber tudo em casa e ajuda-los a manter a produçao. Grande parte dos funcionarios dessa fazenda sao doentes mentais, que foram inclusos no mercado de trabalho. Outra realidade....

Vocês devem estar se perguntando porque estou escrevendo sobre isso. Explico: acabei de ver o jornal francês detonando o Brasil no quesito orgânico. Eles alegaram que os brasileiros nao estao nem um pouco preocupados com o consumo dos alimentos orgânicos. O que eles esqueceram de falar é que ninguém pode comprar por conta do preço absurdo. Além do mais, os agricultores brasileiros estao unicamente preocupados em inundar as produçoes de agrotoxicos e em lucrar, lucrar e lucrar.

Por ano, cada brasileiro consome 5 LITROS DE AGROTOXICOS, presentes principalmente no tomate, morango e pimentao. Eh facil criticar a populaçao quando ela nao pode fazer nada para mudar este cenario. O Brasil é O pioneiro MUNDIAL em utilizaçao de agrotoxicos. Muitos deles sao proibidos ha anos em varios paises europeus e no resto do mundo, mas no Brasil pode. Triste realidade. E o câncer esta fazendo a festa. Viva a ignorância...

Para quem interessar possa: http://namu.com.br/materias/brasil-lideranca-no-uso-de-agrotoxicos

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Breve passagem

Em breve virei aqui contar como foram as minhas ferias em Lisboa, por enquanto deixo aqui com vocês imagens de um dos 3 porcos espinhos que agora residem em nosso jardim. Esse gatinho folgado ai é do nosso vizinho de frente, mas nao sai daqui!





Minhas flores e frutas estao dando um show este ano, graças a ausência da neve:










Bom final de semana!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Querida Piaf

Esta semana a TV francesa transmitiu o filme «Piaf, um Hino ao Amor». Raramente fico até tarde na frente da televisao porque à noite procuro fazer coisas mais uteis. Mas decidi assistir um pedacinho e nao consegui parar de vê-lo. Nao foi a produçao, os atores ou outra coisa que me fez ficar vidrada no filme. Foi a historia tragica dessa talentosa cantora que me impressionou. Nunca imaginei que ela tivesse sofrido tanto na vida!

Nao sei se vocês ja tiveram a oportunidade de assisti-lo, mas foi um filme marcante para mim. Enquanto a memoria deixa, vou aproveitar para compartilhar com vocês um pouco da estoria desta mulher tao sofrida. Além de mostrar uma dura realidade, vocês aprendem um pouco mais sobre uma parte importante da cultura francesa.

Edith Piaf quando pequena vivia largada com a mae na rua, que cantava muitissimo bem. Era esse trabalho na rua que sustentava a casa. A mae cantava numa calçada enquanto Edith perambulava pelas demais ruas, longe do olhar despreocupante da genitora.

A mae abandonou-a na casa da avo, que vivia numa miseria terrivel. O pai foi embora trabalhar e largou a menina sem do, nem piedade. Algum tempo depois, o pai voltou para busca-la e foi a outra avo quem «cuidava» dela. Ela era dona de um bordel e eram as prostitutas quem tinham o maior carinho com ela. Nessa época, ela devia ter uns 4 anos.

Piaf viveu nesse meio terrivel e quase ficou cega por conta de uma doença. Quando ela começou a se adaptar com todos, o pai voltou e pegou-a de volta. Ambos foram viver em caravanas de circo, onde o pai trabalhava como acrobata e fazia dela sua empregada. Apos ser despedido, foram morar na rua, numa precaridade imensa. Primavera, verao, outono ou inverno, a pobre menina sofria como um cachorro magro pelos becos sujos. Era tratada como um lixo pelo pai, nao tinha nenhuma referência na vida e a cada vez que conseguia se adaptar, o mundo caia novamente.

Num belo (e sofrido) dia, quando Edith ja estava com 14 anos e vivendo ainda nesse caos com o pai, que ja tinha se tornado alcoolatra, ele obrigou-a a fazer algo na rua durante uma de suas apresentaçoes para ganhar mais moedas dos passantes. E eis que Edith começou a cantar. Começou ali um show à parte. Ela era o show, nao mais o pai. Aplausos, gorjetas, e finalmente o reconhecimento de pessoas, mesmo que anônimas.

Aos 15 anos largou o pai e foi cantar sozinha na rua até que um olheiro descobriu-a e a levou para cantar num bar. Apesar do talento, ganhava ainda muito pouco e morava com homens que exploravam dela e exigiam todo o seu lucro. Aos 18 teve uma filha com o primeiro namorado, mas a menina morreu aos 7 anos de meningite. Outro choque na vida da cantora, que havia deixado-a ser cuidada de qualquer jeito pelo pai, repetindo o que a mae dela ja havia feito com ela.

O tempo foi passando e empresarios foram investindo em Piaf, que era um talento nato. Edith foi fazendo sucesso, se tornou uma pessoa extremamente amarga e a cada perda de referência, caia nas drogas e no alcool. Se casou, mas vivia com amantes e com pessoas que queriam protege-la. Se tornou totalmente dependente das drogas até praticamente o fim de sua vida, quando ficou internada num hospital para se livrar deste problema.

Três anos antes de sua morte, conheceu Michel Vaucaire que compôs «Non, je ne regrette rien». Ela se apaixonou pela musica, alegando que aquela era a historia da sua vida. Esta canção foi composta em 1956, com melodia de Charles Dumont, gravada pela primeira vez em 10 de novembro de 1960.

A cantora faleceu no dia 10/10/63, aos 47 anos. Por conta da vida complicada, a cantora aparentava ter praticamente o dobro de sua idade. Neste dia, a França perdeu um pedaço de sua cultura.

Pesquisando na internet, descobri esse artigo no Wikipedia que da detalhes da estoria dela. Este sofrimento nos faz repensar na vida boa e tranquila que levamos. E muitas vezes, nao imaginamos porque certas pessoas sao tao amargas. Como ser diferente depois de levar tanta pancada? Deixo aqui a reflexao....

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Vapt, vupt

Dei uma abandonada porque estou de ferias desde o inicio do mês. Nesse meio tempo irma e sobrinhos ja vieram passar 15 dias comigo, e aproveito também para curtir o sol, o lago, a praia artificial, piscina. Tudo o que é a cara do verao.

Daqui uns dias vamos passar uma semaninha em Lisboa para conhecer o país dos nossos conterrâneos. Parece que é bem bacana por la.

No mais, nenhuma novidade, a nao ser que a piadinha dos 7x1 do BR e Alemanha ainda nao tiveram fim.

Beijo grande.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Jeitinhos brasileiros

Pois é, pensei que a Copa do Mundo fosse ser mais tragica do que esta sendo no quesito violência, a nao ser que a midia esteja escondendo a realidade pra nos. Fiquei com medo dos anti-copa terrorizarem os estadios, sei la mais o que.

Por aqui, a frieza reina, como sempre. Em dias de jogos da França nao ouvi nem um pio, vi UMA bandeira da Franca no vilarejo inteiro, nas lojas nao se vê o branco, vermelho e azul, cores da bandeira francesa. Pelo contrario, as lojas estao todas verde e amarelo e a cada 10 crianças na rua com camisa de time de futebol, 9 estao vestidas com a camisa do Brasil. Tenho a impressao que os estrangeiros estao doidos que o Brasil ganhe mesmo.

Nunca tinha encontrado nada do Brasil, antes da Copa. Agora tenho guardanapo, copos de vidro, camisa, canudos (!!!), cueca, short, camisola, bolsa, calcinha, TUDO com a nossa bandeira estampada. Poucos dias depois que cheguei na loja, nao tinha mais nada!! Impressionante!!

Pra continuar falando disso, encontrei aqui na net a lista das 10 coisas que os estrangeiros mais gostaram no Brasil, e que poderiam ser exportadas pelo mundao afora. Aqui esta a materia na integra.

1 - Festas

As festas no Brasil podem até começar mais tarde, mas com certeza duram mais. Em países da Europa e América do Norte, há leis contra vender bebidas alcoólicas depois de determinado horário. Há bares que abrem a partir das 2h, por exemplo, mas esses são bem mais caros.

–Eu adoro o horário das festas no Brasil, em que se volta para casa às 6h ou 7h da manhã. Na Grã-Bretanha, os pubs fecham às 23h ou 24h. Todos bebem o máximo possível até esse horário e ficam bêbados demais – comenta Harriet Francis, 32 anos, advogada.

– Achamos ótimo não ter que se apressar para beber até as 22h45min, como nos pubs britânicos. A única maneira de continuar a noite é ir a uma boate, onde as bebidas são mais caras e muitas vezes se cobra pela entrada – observa Christine Gaylarde, aposentada, 65 anos.

2 - Abraço

O abraço entre amigos ou até desconhecidos foi lembrado por muitos estrangeiros, dos mais diversos países.

– É muito comum esse hábito no Brasil. Tem o abraço entre homens e o abraço mais carinhoso, com as mulheres. Na França, é muito raro, talvez apenas entre a família. Gostei disso. Pode parecer insignificante, mas muda bastante as relações entre as pessoas, seja entre familiares, amigos ou desconhecidos. Quando voltei para a França, abracei meu pai, e ele estranhou – diz Boris Pravda-Starov, 25 anos, estudante, que morou em Porto Alegre.

– O abraço é muito bom. Ele pode melhorar as relações entres as pessoas. Os chineses não costumam demonstrar emoções, especialmente no que se refere à linguagem corporal: ninguém se abraça nem aperta a mão. É uma grande diferença – comenta Liu Da, estudante chinês, chamado de Miguel no Brasil.

3 - Atendimento

Um dos pontos em que houve mais discórdia entre os entrevistados foi o atendimento ao cliente. Britânicos e franceses, por exemplo, não gostam de ser abordados por atendentes em lojas ou supermercados.

Entretanto, o italiano Alessandro Andreini, 40 anos, conta que uma das frases que mais gostou de ouvir em toda a sua vida foi “Você encontrou tudo o que procurava?”, dita pelo caixa do supermercado. Franco Luis Scandolo, 26 anos, argentino que morou na Itália, também ressaltou esse exemplo.

– O atendimento é um ponto forte do Brasil e se destaca pelo profissionalismo e cordialidade – opina ele.

4 - Jeitinho brasileiro

O tão comentado jeitinho brasileiro não fica de fora dessa lista. Latino-americanos, europeus e um sul-africano ressaltaram o lado bom dessa característica.

– Os brasileiros sempre acreditam que há um caminho para se fazer alguma coisa, e isso os leva adiante – aponta Werner Trieloff, 29 anos, contador sul-africano.

– Quando meus pais me visitaram no Brasil, pude perceber melhor como os europeus realmente se estressam quando algo dá errado. Já os brasileiros ficam tranquilos – conta a estudante Ana González, 22 anos, da Espanha.

O filósofo americano Allan Taylor, 26 anos, resume:
– O jeitinho brasileiro explica o sucesso de quase todo brasileiro no Exterior. A improvisação é a grande arte do brasileiro. Na música, por exemplo, como no chorinho ou no samba, há muito espaço para improvisar. Acho que é por isso que o americano não sabe dançar samba nem jogar futebol.

5 - Compartilhar bebidas

Outro costume do Brasil que poderia ser exportado é o hábito de compartilhar bebidas.

– Compartilhar a cerveja, a caipirinha ou o chimarrão diz muito sobre a generosidade do brasileiro. No início, eu tive dificuldade de me acostumar a isso. O guatemalteco se serve no copo e gruda a mão nele até beber tudo – relata Martin de León McMannis, 22 anos.

Na primeira vez em que veio ao Brasil, a francesa Mathilde le Tourneur du Breuil, 32 anos, passou por um constrangimento por não conhecer esse costume:
– Eu estava com uma amiga francesa e nos deram um copo de caipirinha, numa festa. Nós pensávamos que era só para nós. Muito tempo depois percebemos que era para todos – lembra a professora de francês, hoje moradora de Porto Alegre.

– É um hábito bem legal, que funciona tanto com a cerveja, comprada para todos, quanto com o chimarrão – acrescenta ela.

6 - Estrangeiros são bem tratados no Brasil

A alemã Katharina Ockert, 25 anos, estuda na Unisinos. Apaixonada pelo Brasil, “apesar da grande pobreza e criminalidade”, e fã de vários costumes nacionais, ela avalia que os estrangeiros são bem tratados aqui e que os brasileiros esbanjam disposição na hora de ajudar:
– Lembro uma vez em que eu estava no centro, procurando um banco para retirar dinheiro e pedi informações para uma mulher na rua. Pensei que ela talvez poderia me explicar o caminho, mas ela pegou minha mão e me levou até dentro do banco! Fiquei muito feliz de receber uma ajuda tão legal.

A francesa Clémentine Athanasiadis, 19 anos, ressalta a importância dessa característica:
– Todos foram muito receptivos desde que eu cheguei à PUCRS. Isso é muito importante para os estrangeiros, porque nos sentimos um pouco perdidos no começo. As pessoas sempre me dão informações. Com um sorriso no rosto.

7 - Higiene

Os hábitos de higiene dos indígenas surpreenderam os europeus quando chegaram ao Brasil. Não se pode dizer que ainda se toma banho como os nativos do Brasil faziam naquela época, mas essa característica é uma das 10 coisas da qual Graham Gertz-Romach, britânico casado com uma gaúcha, que viveu por 21 anos no Brasil, sente saudades:
– Os brasileiros são muito limpos. Você não encontra tantos americanos ou pessoas do norte da Europa que tomem um banho por dia e escovem os dentes depois de cada refeição.

A francesa Nathalie Touratier, 25 anos, também percebeu isso:
– Eu fiquei surpresa ao ver todos os meus colegas de trabalho escovarem os dentes depois do almoço. É um hábito muito legal. Os franceses, quando estão no trabalho, geralmente mascam chicletes depois do almoço.

8 - Exercícios

Algo impressionante para estrangeiros das Américas e da África do Sul é a prática de exercícios físicos e o cuidado com a boa forma. Mas só é exemplo se não for excessivo, comenta Matthew Bender, 30 anos, tradutor, morador de Porto Alegre há cinco anos:
– A qualquer hora da noite ou do dia, você vê pessoas caminhando, correndo, jogando bola ou andando de bicicleta. Os brasileiros são muito ativos nos esportes, seja em busca de saúde, seja em busca de beleza.

A estudante Elia Arévalo, 24 anos, da Nicarágua, concorda:
– Acho ótimo quando fecham ruas para as pessoas se exercitarem nos finais de semana. Essa inquietude de se exercitar precisa ser exportada para vários países da América Latina.

O boliviano Mauricio Uriona considera que “o culto ao corpo” algo bom, não importa se por motivos estéticos ou de saúde:
– No meu país as pessoas não cuidam de seus corpos.

9 - Carona

O engenheiro francês Manuel Gourmand, 24 anos, não teve dúvidas ao dizer qual é seu costume brasileiro preferido: o de dar (e receber) carona. A prática pode ser planejada por telefone ou mesmo nos bares ou restaurantes, quando se oferece uma carona inclusive para alguém que acabou de se conhecer.

– É uma coisa tão simples, e que, no entanto, não vi pela Europa. Lá cada um pega seu carro, e quem não tem carro, vai a pé. Mesmo se as pessoas vão para lugares muito próximos – explica Gourmand, que atualmente está em Passo Fundo.

– Na Europa isso não ocorre lá nem entre colegas. Ninguém pensa nessa possibilidade.

10 - Almoço
O almoço como principal refeição do dia é um exemplo para um britânico, um holandês e uma neozelandesa.

– Meu país poderia se beneficiar desse hábito. Os kiwis (neozelandeses) tendem a engolir um sanduíche à mesa do trabalho, e ter uma refeição pesada à noite. Mas um jantar mais leve é muito mais saudável – comenta Victoria Joy Winter, 28 anos, analista de marketing e moradora de Porto Alegre.

Um sanduíche no almoço e um lauto jantar também é algo comum na Holanda.

– Aqui é bom porque geralmente se come algo aquecido no almoço. Eu também gosto do bufê a quilo e rodízio – diz o estudante Marnix van.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Férias light!

Desde algum tempo Bruno vinha me pedindo pra passar férias em um barco. Eu sempre deixava a ideia de lado e mudava de assunto. Até que um dia, na casa de amigos, ele propos que eles viessem conosco e eles se empolgaram. Bom, pra nao fazer a "do contra", aceitei a ideia e disse que eles deveriam se virar na escolha do barco, do trajeto e, claro, que eles ficassem por conta da abertura das vaaaaaaaaaarias eclusas que iamos encontrar pelo caminho.

Obvio que eles concordaram porque o Georges (o nosso amigo) foi marinheiro durante muitos anos e tinha um barco-restaurante com sua esposa. Eles eram catedraticos no assunto e o prazer da vida do Georges era navegar. Eles escolheram o barco, alugaram e marcaram a data. Aproveitei uns dias de folga e fomos passar 7 dias no barco, do dia 3 ao dia 9 de maio. Pegamos o barco num porto ha uma meia hora daqui. Nosso trajeto era somente nos canais aqui da regiao.

Fizemos compra e preparamos bolo, pao, sobremesa e tudo o que vocês podem imaginar pra termos menos trabalho. Um dia antes da viagem eu passei um dia inteiro na cozinha pra nao esquecer de nada, ja que uma vez dentro do barco seria tarde demais!

Nosso barco tinha 11 metros de largura, dois quartos, cozinha, sala e banheiro

A medida que a gente navegava, iamos relaxando, nao pensavamos em nada! No telefone, no televisao, no stress! A gente so ouvia o barulhos dos passarinhos e babava de ver a natureza tao linda!







Quanto mais vivo aqui, mais me dou conta da infra-estrutura que temos. Na maior parte dos portos (que sao minusculos pros canais, claro) temos essas "estaçoes" pra termos luz e agua (foto abaixo). Pagamos uma miseria, mais ou menos 2 euros pra 3 horas de luz a 220V. Podemos usar a eletricidade do barco porque a bateria recarrega e a agua esquenta quando o barco navega, mas a noite o Georges usava um aparelho pra apneia e precisavamos ter 220V. 

O barco tinha 2 barris de agua, cada um de 80 litros de agua. Entao todos as noites a gente enchia-os novamente, também pagando baratinho. Alguns portos cobram uma taxa, tipo 10 euros, e a gente tem direito à eletricidade a noite toda e a tomar banho nos banheiros construidos no porto. Ou seja, isso evitava que consumissemos a agua do barco. 


A foto abaixo mostra o que chamamos de Plano Inclinado. Chega a ser um ponto turistico aqui na regiao. Eh como se fosse um elevador pro barco descer ou subir. La em cima, no predio branco o barco entra e a foto mostra o elevador ja embaixo. No site deles da pra entender melhor o que to explicando.


Uma das eclusas. Bruno e Georges tinham o trabalho de jogar a corda, prender o barco e segura-lo até que a eclusa fechasse ou abrisse. E eu? Eu so olhava... hahah! Aprendi até a tricotar com a Lili, esposa do Georges. O vida dificil!

Olha a minha pessoa folgadééézima!

De manha a gente navegava e ao meio dia paravamos sempre em um acostamento pra fazer um churrasquinho com a minha mini churrasqueira. Depois voltavamos a navegar e a noite paravamos num porto pra dormir. Depois do jantar jogavamos jogos de tabuleiro até dar sono... Quer vida mais dificil que essa?

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Paul Cézanne

E eis que até o Cézanne entrou nas piadinhas da internet. Pra quem nao conhece o Instagram, é uma "rede social" de fotos, se posso explicar assim. Como todo mundo vive postando foto dos pratos que fizeram ou dos pratos que estao comendo, fizeram a mesma piadinha com o falecido e talentoso pintor francês Paul Cézanne! Na casa-museu dele podemos ver essas frutas (de cera) que estao nas telas dele, assim como os objetos que ele utilisava também para pintar seus quadros, como esta garrafa e a fruteira.

 
Vejam a tela original do pintor, "Cesto de Maças" ("Panier des Pommes", 1890-94):
 

Pascoa francesa

Acho engraçado que cada pais tenha sua tradiçao nas festas, seja ela Natal, Ano Novo ou Pascoa, por exemplo. A decoraçao muda, os pratos mudam, a maneira de comemorar muda. Enquanto ai em Vitoria todo mundo come torta capixaba na Pascoa, aqui eles comem cordeiro.

O tal ovo de Pascoa que a gente tanto preza por ai, aqui nao tem valor. As crianças querem ou coelhinho de chocolate ou ovinhos de chocolate ou cordeiros de chocolate. O unico ovo que tem na prateleira é o do Kinder Ovo.

Me lembro que nos supermercados de Vitoria eles faziam (fazem ainda?) um tunel de ovos de chocolate! Aqui tudo é colocado nas prateleiras, assim, sem graaaaaaaça.... Este ano, pela primeira vez, ganhei um cordeiro de chocolate e outro de bolo. Nos supermercados a gente encontra fôrmas de cordeiro pra fazer esses bolos. Nao sei se é a tradiçao da minha regiao ou se na França todo mundo faz isso. Outra tradiçao na Pascoa é de cozinhar ovos de galinha e pinta-los com uma tinta especial. As crianças se divertem fazendo isso! A caça aos ovinhos também é uma tradiçao de muito tempo!

Este foi o presente de Pascoa que ganhei da minha vizinha: um cordeiro de chocolate, ovinhos de chocolate, os 2 ovos de galinha metalicos que foram pintados e um porta-chave de galinha.
 

 
Pra agradecer a vizinha e a outra que me deu o bolo de cordeiro, fiz um presente feito à mao. Peguei uma caixa de ovos e coloquei ovos de chocolate dentro:
 
(parte interna, sem a galinha, claro)
 

 
Bom fim de semana pra vocês, com direito a flor da primavera que invade nosso jardim (causando às vezes uma bela de uma alergia pra alguns!):